domingo, 17 de julho de 2011

O MONSTRO

Rapidamente ele se escondeu atrás da sombra das arvores na esperança de que o amor de sua vida não visse o monstro no qual que ele havia se tornado. A medida que o sol mudava de posição, tentava ele acompanhar o movimento da sombra, mas por culpa de uma nuvem que por ali passava ele se esqueceu e adormeceu, sendo cuspido para realidade.
Aterrorizada a frágil donzela correu rumo a cidade pedindo socorro, mas, quando olhou para trás, não estava sendo perseguida. Indignada, respirou fundo e fingiu desmaio. Enquanto isso, ainda na floresta, o jovem observava com destreza a forma como seu corpo havia mudado, as cicatrizes em forma de pelo no qual teu corpo havia sido coberto. Sem entender culpou a bruxa da colina pelo desamparo e desejou que esta fosse queimada viva como qualquer criatura da noite, classe a qual agora ele pertencia; e então pela primeira vez uivou.
De dentro de seu uivo podia se sentir todos os sinais de tristeza e desespero que sua alma havia sido tomada. A figura animalesca na qual ele havia se tornado era capaz de matar um exército, mas, logo, este tornou-se ciente de que ao mesmo tempo que sua fúria poderia destruir tamanho numero de homens, um humano qualquer poderia em um curto espaço de tempo mata-lo. Ele mesmo.
E toda noite quando a lua cheia sorria ao céu, este se acorrentava nas estrelas para que estas o impedissem de seguir a diante com seus planos de colecionar como relíquias a dor humana. Ofegante ele desistiu de ser rei e passou a construir com barro um lugar para chamar de futuro. Lá ele residiu por vinte anos, até que os heróis o caçaram e seu corpo usaram de troféu.
Hoje por excelência de seu couro nobre, tua alma respira aliviada sobre a mesma sombra da arvore; não por sua nudez, mas pela ordem em que se perderam os fatos e moldou-se o destino.

Um comentário: